terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Luiz Antonio GASPARETTO - Concerto para uma alma só
Em tudo que é pequeno
Existe o grande
Porque em todo escuro
Existe a potencialidade da luz
Somos apenas o espaço vazio
Entre o que vai ser e o que foi
Buraco em que a vida escapa
Saturada da grandiosidade da harmonia Universal
Somos os soluços de Deus
Depois da ceia da criação
Somos a piscada reflexa
Causada pelo cisco no olho da eternidade
Somos o constante principio
Que o destino não consegue terminar
Somos as calhas que escoam
Os secretos sonhos dos anjos
Somos as dúvidas disfarçadas
Das teologias dos arcanjos
Somos as espirros resfriados
Dos ventos galaxiais
Somos a irritação contaminante
Da poeira cósmica nos ouvidos dos santos
Somos o próprio espanto
Mas sejamos lá o que for
Sabe-se lá o que realmente aconteceu
Fica só uma coisa
Você é teu
E eu sou meu.
ACASO
Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas há os que não levam nada. Essa é a maior responsabilidade de nossa vida, e a prova de que duas almas não se encontram ao acaso.
(Antoine de Saint-Exupéry)
Não me incomodo com seu incomodo
Não dôo na tua dor
Não me interessa o teu interesse
Não me agrada o te agradar
Não quero o teu querer
Não podes me possuir
Não saber é jamais me satisfazer
Não me seguro em tua segurança
Não espero nada de tua esperança
Não anseio a tua ansiedade
Não assumo a tua vaidade
Não me corrompo em teus favores
Seu caminho é só seu
Suas opiniões são só suas
Suas críticas são só de si
Os pingos estão nos is
Nossa pele não nos mistura
Você é outra criatura
Eu respeito a natural separação
Eu fico na minha região
Limpo de outros "você"
Como corpo santo
Como sangue dos espíritos
Tua presença é só a paisagem
Onde passo como viajante
Não importa
Cada um nada mais é que uma porta
Onde eu passo distraído
Sabendo que você é apenas a minha sombra
No irreal cenário do mundo desconhecido
Só um sopro de alegria
Pode varrer a cabeça por dentro
Só um susto de prazer
Pode nos fazer renascer
Só uma sorte de surpresa
Pode mostrar a certeza
Só um milagre do firmamento
Cala a dor de um lamento...
Só sua própria consideração
Pode acabar com a solidão
Só sua fé inabalável
Poder mover o invisível
Só um pouco de valor
Pode te trazer calor
Só um tapa de carinho
Pode te mostrar o caminho
Só pode.
Só o arqueiro atravessa o muro
Que separa a ilusão da realidade
E perde os paramentos e o arco
Na alquimia da caminhada
E carrega por fim só a palavra
Na lucidez da transformação do gesto
Na purificação que conduz à verdade
Só o arqueiro tem a força de derrubar
Os ídolos, as crenças e os terços
Na cruz que queima na estrada
No choro das culpas injustas
Nos gritos dos medos fantasiosos
Nos rancores do ventre recalcado
Na prisão do amor reprimido
Só o arqueiro pode ver o sol
No horizonte atrás das muralhas
Ter seu corpo como templo
A mente como firmamento
E o coração como guia
Num amor incondicional
Livre de esperas
Conhecer a nova era....
Diante da desgraça alheia
Faça-se feliz, olhe com muita bondade
Quando se vir em erro
Alegre-se, olhe com benevolência
Quando estiver nas miras das críticas
Poupe-se, olhe com naturalidade
Ao enfrentar os problemas
Ajude-se, olhe com confiança
No confronto de suas dúvidas
Escolha-se, olhe para dentro de si
Diante do ridículo
Releve, olhe para o que é belo
Confrontando as frustrações
Encontre-se, olhe para o seu melhor
Os faróis de nossos olhos
São movidos pela vontade
Enquanto uns iluminam nossos escuros
Outros nos enchem de claridade
Nos grandes momentos
de tensão e conflitos
Convém lembrar:
Buscar só dentro de si
Causas só em si mesmo
Forças estão em nós mesmos
Mudar só a mim mesmo
Controlar é disputar com Deus
Explicar não serve para nada
Fazer nada, pode ser a solução
Calma é sempre indispensável
Ser positivo é ser realista
Tudo vai passar
Nada é sério
O amor cobre a multidão de pecados
Eu sou bom na eternidade
Aconteça o que acontecer
Deus é sempre perfeito
Portanto escolha a bondade
aquela do peito
"Se tivesse que resumir numa única frase, e pudesse colocá-la à frente de todos os estabelecimentos, casas, hospitais, orfanatos, organizações governamentais, ruas,... enfim no mundo todo, escolheria aquela que o Nosso Senhor Jesus Cristo nos disse há 2000 anos":
"Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". (Francisco Candido Xavier)
Um carro breca ao longe
Não tenho nada com isso
Um enterro chora seu morto
Não tenho nada com isso
Alguém vomita sua burrice
Não tenho nada com isso
Gravatas disputam o poder
Não tenho nada com isso
Gritos de dor no canto dos olhos
Não tenho nada com isso
Choques de ilusões
Não tenho nada com isso
Partos de loucuras reprimidas
Não tenho nada com isso
Não me tragam problemas pois,
Eu só escuto soluções
Embarcar no trem da alegria
Como quem já não tem mágoas Carregando os balões do otimismo
Como quem sabe que é rei na vida E soltar-se no movimento das ondas
Como gota que se dissolve no oceano Apagando o fogo no teatro dos horrores
Como quem já sabe das coisas eternas Rescrevendo a comédia da vida
Como autor romântico do próprio destino E soltar os pesos das culpas
Como aves que fogem das gaiolas E saltar a escada da evolução
Como criança brincando de pular Tudo isto e muito mais
Sem se importar com o amanhã
Sendo simplesmente si mesmo
Livre, leve e solto...
Seguir caminhando ao meu lado
É dar uma mão a mim e a outra a Deus
Caminhando mudos pelo que houver
Tendo nos pés o carro da vida
Que segue entre a luz e a escuridão
Possuindo um peito como balão
Que num descuido sobe aos céus
Enterrando os pés como sementes
Capazes de criar florestas flamejantes
E segurar-me em meu próprio colo
Como fiel mãe de todos os poderes
E os braços estendidos na liberdade
Como um sorriso na cabeça
Correndo e brincando de existir
Passo a mão pela testa
E sinto o suor da tensão
Um grito surdo me atordoa
O desequilíbrio expande sua força
Passo a mão pela testa
E o suor goteja em meus olhos
Na cruz que eu mesmo fiz
Com pedaços de dores e opressão
Passo a mão pela testa
E o sangue da imagem medrosa
Abre seu circo de horrores em mim
Acovardando-me no ódio reprimido
Passo a mão pela testa
E levanto meu pensamento
Deus é a luz que aquece o desalento
No conforto da certeza universal
Passo a mão pela testa
E o suor secou
A nossa mente mais parece
Um borrão de linhas destorcidas
Deformando-se, deforma os fatos
De acordo com nossas feridas
Nossa mente parece pública
Abriga todas as pessoas em volta
E de tanto darmos espaço aos outros
Acabamos no fundo do poço
Nossa cabeça é um palco de vastas intrigas
Desordens, tramas, lutas e brigas
Regendo o intelecto e as emoções
Criando um fantástico mundo de desilusões
Nesse caminho a realidade é um choque
Em que necessitamos de tempo em tempo
Para trazer-nos de volta à vida
Para que não sejamos escremento
Se queres a paz em sua vida
Aprenda a ordenar sua mente aos fatos
Pois a loucura é um fantasma
Que nos ronda em cada ato
Não lute mais Descanse
Não dê força para seus inimigos Vença-os com o perdão
Não cultive a impaciência Vença-a com a segurança
Não delapide a paz dos outros Coopere com o silêncio
Não se afaste do seu coração Una-se a si mesmo
Não dê trelas aos problemas Vença-os com sua luz interior
Não coopere com as críticas Supere-as com seu desprezo
Não se deixe vitimar Assuma sua liberdade de escolha
O bem é saber que o único meio de vencer É usar sua inteligência com compaixão
Por isso, não lute mais Descanse.
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